Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Mosqueado - LMoV (Lily mottle virus)

Hospedeirol: Lilium spp. (Liliaceae), lírio.

Agente causal: Lily mottle virus (LMoV), gênero Potyvirus, família Potyviridae.

Etiologia: Lily mottle virus (LMoV) é uma espécie do gênero Potyvirus, família Potyviridae. Easter lily mottle virus, Lily mild mosaic virus, Lily mosaic virus, Lily mild mottle virus, Lily strong mottle virus, Tulip band breaking virus-lily strain, Tulip breaking virus-lily strain e Tulip virus 1 são sinonímias de LMoV.
As partículas virais são alongado-flexuosas, com cerca de 740 nm de comprimento; o genoma é uma molécula de RNA de fita simples e senso positivo.
O LMoV possui um círculo de hospedeiras restrito. Infecta, naturalmente, lírios, Alstroemeria sp. (Alstroemeriaceae), Cichorium endivia var. latifolium (Asteraceae) e Tulipa sp. (Liliaceae).
O vírus é transmitido, na natureza, de modo não persistente, por afídios das espécies: Aphis gossypii, Doralis fabae, Macrosiphum euphorbiae e Myzus persicae. Não há transmissão por sementes de lírios ou contato entre plantas.
A propagação vegetativa de bulbos infectados é o principal modo de disseminação do LMoV.

Sintomas: Os sintomas induzidos pelo LMoV em lírios são muito variáveis. Em folhas podem ocorrer mosqueado, mosaico, amarelecimento, manchas cloróticas, enrolamento e/ou afilamento e, em flores, deformação e manchas esverdeadas nas pétalas de flores brancas.
Nos caules de alguns cultivares pode ocorrer bronzeamento em riscas ou manchas e nas escamas dos bulbos podem aparecer anéis necróticos. LMoV pode ocorrer, também, em infecções mistas com Cucumber mosaic virus (CMV) e/ou com Lily symptomless virus (LSV), induzindo ampla gama de sintomas, dependendo do cultivar e das condições ambientais.

Importância: O LMoV pode reduzir o valor comercial de lírio, dependendo do cultivar, por afetar o aspecto da planta. Geralmente, são as infecções mistas envolvendo LMoV + LSV e/ou CMV que mais afetam a qualidade do produto.

Ocorrência: Embora o LMoV esteja na lista de pragas quarentenárias A1 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Instrução Normativa 41, de 01/07/2008), ele esta presente no Brasil, em cultivos comerciais dos estados de São Paulo e Minas Gerais.
O LMoV foi relatado na Alemanha, Argentina, Austrália, China, Coreia, Estados Unidos, Holanda, Índia, Israel, Itália e Japão. Acredita-se que o vírus esteja disseminado por todas as áreas produtoras do mundo.

Manejo: Monitoramento do afídeo vetor e o seu controle, assim como a eliminação de plantas com sintomas semelhantes aos induzidos por vírus são as estratégias a serem adotadas para evitar o estabelecimento do vírus na cultura.
Além disso, é recomendado utilizar bulbos livres de vírus para a obtenção de plantas destinadas ao plantio comercial. A utilização de antivirais, em meios de cultura, e termoterapia em bulbos podem reduzir ou eliminar o LMoV da cultura comercial de lírio.

Referência consultada
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ICTV. International Committee on Taxonomy of Viruses. Virus taxonomy: 2014 Release. Disponível em: http://www.ictvonline.org/virusTaxonomy.asp
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RIVAS, E.B.; BÔDI, E.C.A.; VAZ LOBO, R.S. Lily mottle virus e Lily symptomless virus, pragas quarentenárias A1, em produção comercial e lírios no Brasil. In: CONGRESSO PAULISTA DE FITOPATOLOGIA, 34., 2011, Campinas. (Resumos). Summa Phytopathogica, v. 37 , 2011. Suplemento.
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Autor: Eliana Borges Rivas, Estevão C. A. Bôdi, Instituto Biológico,
E-mail: eliana.rivas@sp.gov.br
 
Publicado em: 08/03/2016
Atualizado em: 09/05/2016
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