Sexta-Feira, 29 de Março de 2024
LSV (Lily symptomless virus)

Hospedeiro principal: Lilium spp. (Liliaceae), lírio.

Agente causal: Lily symptomless virus (LSV), gênero Carlavirus, família Betaflexiviridae.

Etiologia: Lily curl stripe virus, Lily latent mosaic virus, Lily rosette virus, Lily streak virus, Lily yellow flat virus e Lily virus são relatados como sinonímias de LSV. As partículas do LSV são alongado-flexuosas, com cerca de 640 nm de comprimento; o genoma é uma molécula de RNA de fita simples e senso positivo. Este vírus possui um círculo de hospedeiras restrito. Além de espécies de lírios, já foi relatado, em infecção natural, em Alstroemeria sp. (Alstroemeriaceae), Hymenocalis littoralis (Amaryllidaceae) e Tulipa sp. (Liliaceae). O LSV é transmitido na natureza, de modo não persistente, pelos afídios Myzus persicae, Macrosiphum euphorbiae, Aphis gossypii, A. fabae e Aulacorthum solani. Não há transmissão por sementes de lírios ou contato entre plantas. A propagação vegetativa dos bulbos é a forma mais eficiente de disseminação do vírus na cultura.

Sintomas: De acordo com a literatura, muitos cultivares de lírios infectados pelo LSV permanecem sem sintomas durante todo o cultivo. Entretanto, ha cultivares que apresentam sintomas como: mosaico, clareamento de nervuras, amarelecimento, riscas de coloração verde-clara entre as nervuras e amarelecimento nas folhas; redução do porte das plantas e da durabilidade das flores em vaso; deformação e redução no tamanho das flores e dos bulbos mas, raramente, causa morte prematura da planta; ‘torção’ das folhas pode ser observada sob determinadas condições ambientais. Depois da floração podem aparecer pequenas manchas de coloração marrom na face inferior das folhas, além de manchas amarelas, avermelhadas ou marrons na face superior da folha. Quando o LSV e Cucumber mosaic virus (CMV) infectam, simultaneamente, a mesma planta de lírio, pode ocorrer riscas necróticas nas folhas e caule. Quando o LSV esta associado ao Lily mottle virus – LMoV (=Tulip breaking virus, ‘strain’ lily), anéis marrons nos bulbos e/ou mosqueado com riscas nas folhas de alguns cultivares de Lilium sp. Outros tipos de sintomas podem ser observados, dependendo do cultivar e das condições ambientais.

Importância: O LSV pode reduzir o valor comercial de lírio se o cultivar for mais suscetível, ou seja, induzir sintomas drásticos que afetem o aspecto da planta. Geralmente, as infecções mistas envolvendo LSV + LMoV e/ou CMV induzem sintomas que afetam a qualidade do produto.

Ocorrência: Embora o LSV esteja na lista de pragas quarentenárias A1 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Instrução Normativa 41, de 01/07/2008), ele esta presente no Brasil, em cultivos comerciais dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Este vírus já foi relatado na Argentina, Austrália, China, Coreia, Estados Unidos, Holanda, Índia, Israel, Itália, Japão e Polônia. Acredita-se que o LSV esteja disseminado por todas as áreas produtoras do mundo.

Manejo: Monitoramento do afídeo vetor e o seu controle, assim como a eliminação de plantas sintomáticas. Além disso, é recomendado utilizar bulbos livres de vírus para a obtenção de plantas destinadas ao plantio comercial. A utilização de antivirais em meios de cultura tem permitido a obtenção de bulbilhos livres de vírus, assim como o uso de termoterapia, podem reduzir ou eliminar o LSV da cultura comercial de lírio.

Referência consultada

ASJES, C.J. Control of air-borne field spread of tulip breaking virus, lily symptomless virus and lily virus X in lilies by mineral oils, synthetic pyrethroids, and a nematicide in the Netherlands. European Journal of Plant Pathology, v.97, p.129-138, 1991.

CHINESTRA, S.C. et al. Detection and frequency of lily viruses in Argentina. Plant Disease, v.97, p.1188-1194, 2010.

DERKS, A.F.L.M.et al. Lily symptomless virus in Alstroemeria: identification and transmission to lily. Acta Horticulturae, v.568, p.247-252, 2002.

RIVAS, E.B. Lily symptomless virus no Brasil. Documento Técnico, n.006, 5p., 2010. Disponível em: http://www.biologico.sp.gov.br/docs/dt/lily_virus.pdf.

SINGH, A.K.; HALLAN, V.; VERMA, N.; ZAIDI, A.A. Natural occurrence of Lily symptomless virus on spider lily. Plant Pathology, v.54, p.255, 2005.

XU, P.S.; NIIMI, Y. Evaluation of virus-free bulblet production by antiviral and/or heat treatment in in vitro scale cultures in Lilium longiflorum ‘Georgia’ and L. ‘Casablanca’. Journal of the Japanese Society for Horticultural Science, v.68, p.640-647, 1999. [em japonês com resumo em inglês].

Autor: Eliana Borges Rivas, Instituto Biológico, Estevão C. A. Bôdi
E-mail: eliana.rivas@sp.gov.br

 
Publicado em: 06/01/2016
Atualizado em: 07/03/2016
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