Quarta-Feira, 8 de Maio de 2024
CABMV (Cowpea aphid-borne mosaic virus)

Hospedeiro principal: Crotalaria spp. (crotalária), Fabaceae

Agente causal: Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), gênero Potyvirus, família Potyviridae

Etiologia: O CABMV pertence ao gênero Potyvirus, o mais numeroso da família Potyviridae, com 146 espécies descritas. Possui partículas alongadas e flexuosas com cerca de 750 x 15 nm e genoma constituído de RNA fita simples, sentido positivo, com cerca de 10.000 nucleotídeos e uma fase aberta de leitura (Open Reading Frame, ORF) principal que codifica uma poliproteína de aproximadamente 345 kDa, a qual é posteriormente clivada, dando origem às proteínas virais (P1, HC-Pro, P3, CI, 6K2, VPg, Pro, NIb e CP), e uma segunda ORF, denominada PIPO, com cerca de 60 códons. O CABMV induz efeitos citopáticos característicos no citoplasma das células hospedeiras, conhecidos como cata-ventos.

Sintomas: mosaico, bolhas, deformação foliar e redução no porte das plantas.

Importância: Várias são as famílias e gêneros de vírus que infectam espécies de crotalária, porém, a mais importante é a família Potyviridae e o gênero Potyvirus, que são capazes de infectar diversas espécies. As crotalárias são amplamente difundidas no Brasil, por serem empregadas em adubação verde e como cobertura do solo, além de serem pouco exigentes e terem grande potencial de fixação biológica de nitrogênio. São também utilizadas como forrageiras e na fabricação de papel.

Ocorrência: Vírus com potencial ocorrência em regiões produtoras de feijão-caupi e maracujá.

Manejo: O CABMV é transmitido mecanicamente (em condições experimentais) e por afídeos vetores na natureza, de maneira não persistente. O controle dos insetos vetores é muito difícil. Existem cerca de 550 espécies de crotalárias, muitas são herbáceas, anuais ou perenes e arbustivas. As espécies de crotalárias são propagadas por sementes verdadeiras. Porém, apesar de ser transmitido por sementes de feijão-caupi, não há relatos da transmissão do CABMV por sementes de crotalária. Portanto, a principal medida de controle é o monitoramento e eliminação de plantas infectadas no campo.

Referência consultada

BERGER, P.H. et al. Potyviridae. In: FAUQUET, C.M. et al. (Eds.). Virus Taxonomy. San Diego: Elsevier Academic Press, 2005, p.819-841.

NASCIMENTO, A.V.S. et al. Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV) is widespread in passionfruit in Brazil and causes passionfruit woodiness disease. Archives of Virology, v.151, p.1797-1809, 2006.

NICOLINI, C. et al. Possible host adaptation as na evolution factor of Cowpea aphid-borne mosaic virus deduced by coat protein gene analysis. Journal of Phytopathology, v.160, 82-87, 2012.

SILVA, L.A. at al. Transmissão experimental revela novos potenciais reservatórios do Cowpea aphid-borne mosaic virus. Tropical Plant Pathology, v.36, p.348-348, 2011.

Autores: Leonardo Assis da Silva & Marcelo Eiras, Instituto Biológico
E-mail: marcelo.eiras@sp.gov.br

 
Publicado em: 01/03/2016
Atualizado em: 01/03/2016
Clique na imagem para ampliar
  Instituto Biológico
  Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252
  Vila Mariana - - CEP 04014-002- São Paulo - SP - Brasil
  (11) 5087-1700
                                                                                                         Número de visitas:
                                                                                                                   15.253