Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024
Cancro cítrico (Xanthomonas citri subsp. citri)

Hospedeiro: Citrus spp.

Agente causal: Xanthomonas citri subsp. citri (cancro cítrico)

Etiologia: O cancro cítrico ou cancro cítrico Asiático ou cancrose A, ocasionado pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri, é uma doença originária do Sudeste Asiático ou da Índia, de onde se disseminou para outras partes do globo, sendo encontrado atualmente em mais de trinta países. No Brasil, o cancro cítrico foi detectado primeiramente no ano de 1957 na região de Presidente Prudente (SP).

Sintomas: O cancro cítrico afeta todos os tecidos da parte aérea das plantas, e a bactéria penetra na planta através de ferimentos ou aberturas naturais, sendo que as folhas e frutos são mais comumente infectados, entretanto, os sintomas podem ocorrer em ramos e brotações em infecções mais severas. Nas folhas, inicialmente são formadas pequenas e numerosas lesões úmido-aquosas, translúcidas, que evoluem para lesões erumpentes, esponjosas, devido à indução de hipertrofia dos tecidos pela bactéria. Estas lesões podem estar envolvidas por halo clorótico, e apresentar diâmetros variáveis, e em variedades muito suscetíveis podem atingir 5-10 mm na maior extensão. Nos ramos e frutos os sintomas são similares, com a diferença que nos ramos não ocorrem halos cloróticos envolvendo as lesões. Nos frutos infectados, com o aumento e envelhecimento das lesões, estas coalescem e se tornam quebradiças, propiciando a entrada de organismos secundários, inutilizando completamente o fruto para comercialização. Infecções severas podem causar queda prematura dos frutos. Os ramos infectados são fontes de inoculo em potencial, uma vez que podem manter células bacterianas viáveis por longos períodos. Dados recentes demonstram que foram isoladas bactérias de lesões em ramos com 5 a 7 anos de idade. A doença não é sistêmica e não afeta o sistema radicular, e a suscetibilidade dos tecidos varia com a idade, isto é, folhas novas são resistentes uma vez que ainda não possuem estômatos funcionais, porém, com o desenvolvimento vão tornando-se suscetíveis à infecção pela bactéria. Folhas e frutos velhos são mais resistentes.

Importância: Atualmente o Brasil é o maior produtor mundial de frutas cítricas, com cerca de 18,8 milhões de toneladas produzidas, destacando-se também como o maior exportador de suco cítrico concentrado, sendo que o Estado de São Paulo respondeu por cerca de 97,9 % da comercialização desse produto. Segundo a Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) a previsão para a safra 2010/2011 no Estado de São Paulo deverá oscilar entre 270 milhões e 280 milhões de caixas (http://www.portaldoagronegocio.com.br/).

Ocorrência: o cancro cítrico já foi detectado nos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.

Manejo: a partir da detecção inicial do cancro em 1957, foi estabelecido oficialmente um programa de erradicação sob a orientação da CANECC (Campanha Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico), prática esta que continua até os dias de hoje no Estado de São Paulo. Devido ao alto percentual de insucesso nos procedimentos de erradicação, a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo adotou, a partir de agosto de 1999, o método de erradicação de eliminação total de talhões com mais de 0,5% de plantas contaminadas, permanecendo o raio de 30 m para talhões com percentual inferior ao estabelecido.

Referência consultada

RODRIGUES NETO, J.; RIBEIRO, J.G.B. Manual Técnico de Procedimentos do Cancro Cítrico. Projeto CE/Mercosul, ALA 93/143, Brasília, 2002, 63 p.

RODRIGUES NETO, J. et al. Larva-minadora aumenta incidência do cancro cítrico. Visão Agrícola, Piracicaba, 2004, p. 14-19.

Autores: Suzete Aparecida Lanza Destéfano & Júlio Rodrigues Neto, Instituto Biológico
E-mail: suzete.destefano@sp.gov.br

 
Publicado em: 01/03/2016
Atualizado em: 01/03/2016
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