Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Percevejo–da–renda-da-azaléia (Stephanitis pyrioides)

Percevejo–da–renda–da–azaléia - Stephanitis pyrioides (Scott, 1874) (Insecta, Hemiptera, Tingidae, Tinginae).

Sinonímia: Tingis pyrioides Scott, 1874. Stephanitis azaleae Horváth, 1905.

Nome comum: percevejo–da–renda–da–azaléia.

Hospedeiros
Nomes comuns: azaléia, azaléia–arbórea, azaléia–belga, rododendro.
Nomes científicos: Rhododendron indicum (L.) Sweet, R. simsii Planch., R. thomsonii Hook. f., Rhododendron spp. (Ericaceae).
Outros hospedeiros: louro–americano, louro–da–serra, louro–da–montanha, pau–de–colher (Kalmia latifolia L. (Ericaceae).

Caracterização: Os ovos medem 0,8 mm de comprimento e 0,5 mm de largura; são claros, hialinos e translúcidos. As ninfas são semelhantes aos adultos, porém são ápteras e possuem olhos vermelhos e espinhos cefálicos e abdominais. Os adultos possuem até 4 mm de comprimento e 2 mm largura; são transparentes e hialinos; coloração creme, exceto asas anteriores. Cabeça negro–brilhante, sem espinhos cefálicos; as antenas são longas, amarelas–claras, revestidas de pelos. Pronoto com projeção globosa que encobre parcialmente a cabeça. Asas anteriores são reticuladas e areoladas; apresentam faixas transversais negras ou castanhas nas áreas mediana e apical; as pernas são castanhas–amareladas com pelos curtos.

Danos Ninfas e adultos causam danos picando e removendo o conteúdo celular do tecido foliar. Os danos causados pelas fêmeas são maiores que os causados pelos machos e ninfas devido a atividade alimentar mais intensa e prolongada. O percevejo insere o estilete através dos estômatos na face inferior da folha e consome a quase totalidade do parênquima paliçádico da parte superior da folha; devido à remoção da maior parte dos tecidos com clorofila localizados próximos a epiderme superior, a folha se torna manchada, esbranquiçada ou clorótica. Adultos e ninfas vivem em colônias sugando a seiva vegetal na face inferior das folhas, onde eliminam grande quantidade de excreções aquosas escuras, manchando-as.

Importância: Quando o ataque é intenso as folhas tendem a escurecer, secar e cair prematuramente; a infestação ocasiona redução da vitalidade da planta. A clorose na parte superior das folhas e as excreções aquosas escuras da face inferior prejudicam o aspecto ornamental da planta e queda de seu valor comercial e ornamental.

Ocorrência: Esta espécie foi descrita de espécimes provenientes do Japão. Atualmente é considerada cosmopolita e foi distribuída através do comércio de sua planta hospedeira principal, azaléia. No Brasil, a ocorrência de S. pyrioides foi detectada, pela primeira vez, por pesquisadores do Laboratório de Entomologia/Instituto Biológico, São Paulo, em março/1996 em azaléia (R. indicum) no Parque do Ibirapuera, região sul da cidade de São Paulo.

Manejo: A decisão para o controle de insetos em plantas ornamentais é influenciada pelo grau de dano ao aspecto ornamental e em cultivos comerciais o nível de tolerância de danos ao aspecto estético das plantas é muito baixo. Os danos iniciais causados por S. pyrioides resultam em prejuízos permanentes, portanto é necessário que o controle da infestação se inicie na primavera.

Monitoramento: as plantas devem ser monitoradas semanalmente na primavera, verão e outono em relação à presença do percevejo. Como os sintomas iniciais da infestação podem passar despercebidos é importante examinar a face inferior das folhas com o auxílio de uma lente. Os percevejos também podem ser detectados agitando–se as plantas sobre uma folha branca.

Controle cultural: a manutenção de plantas saudáveis através de irrigação e fertilização adequadas reduz o stress e o potencial dos danos; o cultivo em áreas sombreadas também reduz os danos.

Controle mecânico: aplicar jatos fortes de água dirigidos ao lado inferior das folhas para desalojar os adultos e possivelmente matar as ninfas, entretanto se restarem espécimes na plantas, estes ainda poderão causar danos; poda das partes mais afetadas para eliminação das folhas danificadas e redução da população de insetos; catação e destruição de ninfas e adultos; limpeza com esponja ou escova das partes vegetais infestadas.

Referência consultada

BERGMANN, E. C.; S. D. L. IMENES & L. A. A. COSTA. Primeiro registro e descrição morfológica de Stephanitis pyrioides (Scott, 1874) (Heteroptera: Tingidae) em azalea, no Brasil. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, 64 (1): 83–89, 1997.

GYELTSHEN, J. & A. HODGES. 2006. Common name: azalea lace bug/scientific name: Stephanitis pyrioides (Scott) (Insecta: Hemiptera: Tingidae). In: T. R. FASULO (coord.). Featured creatures [on line]. Gainesville: Department of Entomology and Nematology, Institute of Food and Agricultural Sciences, University of Florida & Division of Plant Industry, Florida Department of Agriculture and Consumer Services. 

IMENES, S. D. L. & E. C. BERGMANN. Insetos sugadores e seu controle, p. 4–13. In: S. D. L. IMENES & M. A. V. ALEXANDRE (coords.). Pragas e doenças em plantas ornamentais [CD–Rom]. São Paulo: Instituto Biológico, 151 p., 2001.

IMENES, S. D. L. et al. Efeito de inseticidas em ninfas e adultos de Stephanitis pyrioides (Scott, 1874) em azalea (Rhododendron indicum). Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, 64 (2): 41–44, 1997.

Autores: Sergio Ide, Harumi Hojo, Fabiano Fabian Albertoni, Antonio Marcos Cardoso da Silva, Instituto Biológico.
E-mail: sergio.ide@sp.gov.br

 
Publicado em: 16/04/2016
Atualizado em: 23/04/2016
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