Terça-Feira, 16 de Abril de 2024
Antracnose (Colletotrichum lagenarium)

Etiologia: Colletotrichum lagenarium produz frutificações denominadas acérvulos que são produzidos sob a epiderme, com ou sem setas, conidióforos simples e alongados além de conídios (esporos) hialinos, unicelulares que quanto ao formato podem ser cilíndricos, clavados ou semicurvos. A liberação dos conídios ocorre sob condição de elevada umidade com a formação de uma massa rósea sobre as lesões. O fungo pode sobreviver em restos de cultura por até dois anos na ausência de hospedeiros ou parasitando Cucurbitaceas cultivadas ou selvagens que servirão de inóculo inicial para os novos cultivos. Os conídios são disseminados pelos respingos de água de chuva e de irrigação, insetos ferramentas e equipamentos agrícolas. Condições de alta umidade e temperatura entre 21 e 27 oC são favoráveis ao desenvolvimento da doença.

Sintomas: a doença pode incidir sobre todos os órgãos aéreos da planta, porém é nas folhas e nos frutos que provoca os maiores danos. Nas folhas ocorre a formação de lesões inicialmente encharcadas que evoluem rapidamente para necróticas, circulares, de cor parda e centro mais claro que normalmente se rompe com o desenvolvimento da doença. Ao aumentarem de tamanho as manchas podem coalescer, destruindo grande parte do limbo foliar. Nos frutos as lesões são elípticas e deprimidas e inviabilizam a sua comercialização. É muito comum o surgimento dos sintomas em pós-colheita, a partir de frutos colhidos aparentemente sadios. Nas hastes e pecíolos, as lesões são elípticas, deprimidas e de coloração cinza a parda.

Importância: sob condições meteorológicas favoráveis, a doença pode causar graves prejuízos por afetar grande parte dos frutos inviabilizando a sua comercialização, além de intensa desfolha e morte de ramos das plantas. 

Ocorrência: no Brasil, a doença ocorre principalmente na região sudeste.

Manejo: entre as medidas recomendadas para o manejo da antracnose destacam-se: plantio em local arejado, evitando-se áreas muito úmidas; rotação de cultura por 2 a três anos; eliminação e destruição de restos culturais (ramas e frutos); adubação equilibrada e evitar irrigações excessivas. Não existem fungicidas registrados para o controle da antracnose na cultura do chuchuzeiro.

Referência consultada

KUROZAWA, C. et al. (Eds.). Manual de Fitopatologia – Doenças das plantas cultivadas. 4a.ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. cap.32, v.2, p.293-302.

LOPES, J.F. (Ed.). Cultivo do Sechium edule. Brasília: Instruções Técnicas do Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças, 1996. 10p.

REGO, A.M.; CARRIJO, I.V. Doenças das Cucurbitáceas. In: ZAMBOLIM, L.;VALE, F.X.R.; COSTA, H. (Eds.). Controle de doenças de plantas – hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. p.535-597.

RUÍZ, J.R.D; JIMÉNEZ, J.G. (Eds.). Enfermidades de las cucurbitáceas en España. Madrid: Graficas Papallona, 1994. 155p.

ZITTER, T.A.; HOPKINS, D.L.; THOMAS, C.E. (Eds.). Compendium of cucurbit diseases. Minnesota: APS Press, 1996. 90p.

Autores: Ricardo J. Domingues; Jesus G. Töfoli, CPSV, Instituto Biológico
E-mail: ricardo.domingues@sp.gov.br

 
Publicado em: 22/12/2015
Atualizado em: 31/05/2021
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