Quinta-Feira, 28 de Março de 2024
Broca-do-estipe (Rhinostomus barbirostris)

Praga: Rhinostomus barbirostris Fabricius, 1775, (Coleoptera, Dryophthoridae)

Nome popular: Broca-do-estipe; Broca-do-caule-da-palmeira; Rhina.

Ocorrência: A espécie ocorre em todo o território brasileiro.

Danos: Região do estipe e cone vegetativo de palmeiras.

Hospedeiros: Palmeiras ornamentais e industriais (Imperial, Real, Jerivá, Leque-da-china, Rabo-de-peixe, Palmeira majestosa, Areca, Fênix, Juçara, Açaí, Pupunha, Coqueiro, Dendezeiro, etc.).

Descrição, hábitos e aspectos biológicos:
Adulto é um besouro negro-fosco, cilíndrico e rugoso, de hábito noturno, de tamanho entre 14 e 58 mm de comprimento, apresentando rostro longo com 5 a 7 mm, élitros estriados longitudinalmente e pernas anteriores alongadas. Os machos são geralmente maiores que as fêmeas e possuem o rostro recoberto por densa pilosidade de coloração alaranjada e pernas anteriores muito mais longas que as das fêmeas. 
Ovos são branco-leitosos, ovipostos individualmente preferencialmente nas regiões mais duras do estipe, por meio de perfurações de aproximadamente 4 mm de diâmetro feitas com as mandíbulas ou pelo aproveitamento dos orifícios pré-existentes. 
Larvas são curculioniformes, brancas, com cabeça e região pronotal de coloração alaranjada a ferrugínea e podem atingir 20,0 a 50,0 mm de comprimento por 7,0 a 20,0 mm de largura, com o último segmento abdominal abruptamente truncado.
O ciclo completo de ovo a adulto leva em média 90 a 180 dias. Os adultos estão presentes durante o ano todo, sendo mais frequentemente encontrados em determinadas regiões entre os meses de outubro a março.

A praga é muito comum em palmeiras industriais como C. nucifera, E. guineensis, E. edulis, E. oleracea e B. gasipaes e em ornamentais, sendo encontrada infestando palmeiras dos gêneros Syagrus e Phoenix, principalmente das espécie S. romanzoffiana (Jerivá), P. canariensis (Fênix das canárias), dentre outras.

Danos: As larvas broqueiam as palmeiras, realizando galerias e atacando tanto a região superior quanto a inferior do estipe. A serragem expelida e a seiva proveniente dos múltiplos orifícios no caule, realizados pelas larvas, identificam a infestação. Normalmente a seiva vertida pela planta apresenta-se enegrecida (fumagina). Devido à destruição de inúmeros feixes de sustentação e pela intensa perfuração do caule, o enfraquecimento da planta pode levar a sua desestruturação, diminuição do diâmetro do estipe, curvamento do cone vegetativo, também conhecido por “quebra da cabeça" pela ação dos ventos e morte.

Manejo: A infiltração de inseticidas de contato e/ou sistêmicos de baixa toxicidade nos orifícios que apresentem atividade larval (serragem, exudatos e fumagina junto às perfurações) é relativamente eficiente no início da infestação (galerias pouco profundas), quando atingem diretamente a larva.
A utilização de inseticidas sistêmicos de alta toxicidade no solo é improcedente, não sendo recomendado seu uso para qualquer tipo de broca em plantas de porte médio a alto, devido à translocação do produto não ocorrer satisfatoriamente.
Plantas severamente infestadas e sem condições de recuperação, deverão ser cortadas, queimadas e enterradas para a redução de focos de propagação da praga. A aplicação de inseticidas de contato e repelentes na região do cone vegetativo, e coroa das palmeiras poderá auxiliar na prevenção contra infestações da praga. Os fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae em pulverizações junto às axilas das folhas, flecha e cone vegetativo, poderá ser utilizado como método biológico de controle de adultos, tendo-se como norma a aplicação em horários mais frescos do dia. Não há até o momento, feromônios para o uso em armadilhas.

Referência consultada

BONDAR, G. Insetos e moléstias do coqueiro (Cocos nucifera) no Brasil. Bahia: Tipografia Naval, 1940. 160p.

FERREIRA, J.M.S.; WARWICK, D.R.N.; SIQUEIRA, L.A. Cultura do coqueiro no Brasil. Aracaju, SE : EMBRAPA - SPI, 1994. 309p.

GALLO, D. Entomologia agrícola. Piracicaba, Fealq. 2002. 920p.

LEPESME, P. Les insects des palmier. Paris. Paul Lechevalier, 1947. 899 p.

LORENZI, H. et al. Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Inst. Plantarum, Nova Odessa, 2004. 432p.

ZORZENON, F.J. Principais pragas das palmeiras In: Alexandre, M.A.V; Duarte, L.M.L.; Campos-Farinha, A.E. de C. Plantas ornamentais: doenças e pragas, Cap. 10 p. 207-247, 2008.

Autor: Francisco José Zorzenon, Instituto Biológico
E-mail: francisco.zorzenon@sp.gov.br

 
Publicado em: 21/01/2016
Atualizado em: 11/05/2020
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