Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Murcha de Fusarium e Podridão seca (Fusarium spp.)

Etiologia: A murcha de Fusarium e podridão seca geralmente estão associadas as especieis Fusarium solani, F. avenaceum, F. solani f. sp. eumartii e F. oxysporum f. sp. tuberosi. A doença é favorecida por temperaturas ao redor de 25°C, umidade relativa em torno de 60-75% e solos ácidos e úmidos. Plantio em solos infestados, ferimentos em sementes e plantas durante o cultivo, e armazenamento inadequado dos tubérculos favorecem a infecção.

Sintomas: A murcha de Fusarium é caracterizada pela murcha progressiva de plantas com o escurecimento dos tecidos vasculares de hastes e tubérculos. A doença pode causar também o escurecimento das gemas recebendo a denominação de olho negro. A podridão seca de tubérculos é observada durante o armazenamento, e está associada principalmente as espécies Fusarium solani e F. alvenaceum. Os sintomas da doença são expressos por lesões e pelo apodrecimento generalizado dos tubérculos, escurecimento dos tecidos internos e presença de bolor branco-rosado sobre as lesões. A doença afeta diretamente a aparência dos tubérculos e reduz o rendimento devido o descarte de tubérculos afetados. De maneira geral, a infecção ocorre através de ferimentos na colheita e os sintomas se tornam evidentes durante o armazenamento. A associação com outros patógenos como Helminthosporium solani, Pectobacterium carotovorum, Pectobacterium atrosepticum, Dikeya spp, pode tornar as perdas mais significativas.

Importância: No campo a doença reduz o ciclo e o potencial produtivo da cultura e no armazenamento afeta a durabilidade e o aspecto visual dos tubérculos.

Ocorrência: No Brasil, a doença ocorre praticamente em todas as regiões produtoras.

Manejo:
Medidas recomendadas:

Plantio de sementes sadias.

Evitar o plantio em área com histórico recente da doença.

Plantio de cultivares com algum nível de resistência.
As cvs. Cyrano, Mozart, Voyager são consideradas moderadamente resistentes.

Tratamento de sementes.
O uso de fungicidas deve seguir todas as recomendações técnicas do fabricante. Os fungicidas oficialmente registrados no Brasil para o controle da doença encontram-se descritos no AGROFIT (http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons).

• Adubação equilibrada e correta correção da acidez do solo.

• Evitar ferimentos às plantas durante os tratos culturais.

Irrigação equilibrada.
Plantas de batatas ficam mais suscetíveis à doença em condições de estresse hídrico.

• Impedir o tráfego de implementos e pessoas provenientes de áreas infestadas.

• Evitar ferimentos nos tubérculos durante a colheita e o armazenamento.

• Eliminar e destruir de tubérculos doentes.

• Promover condições adequadas de temperatura, umidade, circulação de ar e higiene durante o armazenamento de batata-semente e tubérculos.

• Lavar e desinfestar caixas, equipamentos de lavagem e classificação.


Bibliografia consultada.

AGRIOS, G.N. Plant Pathology (5 ed). Elsevier Academic Press. 2005. 919 p.

DIAS, J.A.C.; IAMAUTI, M.T. Doenças da Batateira (Solanum tuberosum). In: KIMATI, H.; AMORIN, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Eds.). Manual de Fipatologia: Doenças das Plantas Cultivadas. 4. ed. São Paulo: Ceres, 2005. v.2, p.119-142.

STEVENSON R; LORIA R.; FRANC G.D; WEINGARTNER D.P. Compendium of Potato Diseases. St. Paul: The American Phytopathological Society. 2001, 134p.

TÖFOLI, J.G., DOMINGUES, R.J., FERRARI, J.T., NOGUEIRA, E.M.C. Doenças fúngicas da cultura da batata. O Biológico, São Paulo, v.74, n.1, p.63-73, 2012.

WALE, S.; PLATT, H.W.; CATTLIN, N. Disease Pests and Disorders of Potatoes. Elsevier. 2008. 179 pg.

Autor: Jesus G. Tofoli; Ricardo J. Domingues, Instituto Biológico
E-mail: jesus.tofoli@sp.gov.br

 
Publicado em: 16/04/2014
Atualizado em: 16/04/2014
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