Etiologia: A murcha de Fusarium e podridão seca geralmente estão associadas as especieis Fusarium solani, F. avenaceum, F. solani f. sp. eumartii e F. oxysporum f. sp. tuberosi. A doença é favorecida por temperaturas ao redor de 25°C, umidade relativa em torno de 60-75% e solos ácidos e úmidos. Plantio em solos infestados, ferimentos em sementes e plantas durante o cultivo, e armazenamento inadequado dos tubérculos favorecem a infecção.
Sintomas: A murcha de Fusarium é caracterizada pela murcha progressiva de plantas com o escurecimento dos tecidos vasculares de hastes e tubérculos. A doença pode causar também o escurecimento das gemas recebendo a denominação de olho negro. A podridão seca de tubérculos é observada durante o armazenamento, e está associada principalmente as espécies Fusarium solani e F. alvenaceum. Os sintomas da doença são expressos por lesões e pelo apodrecimento generalizado dos tubérculos, escurecimento dos tecidos internos e presença de bolor branco-rosado sobre as lesões. A doença afeta diretamente a aparência dos tubérculos e reduz o rendimento devido o descarte de tubérculos afetados. De maneira geral, a infecção ocorre através de ferimentos na colheita e os sintomas se tornam evidentes durante o armazenamento. A associação com outros patógenos como Helminthosporium solani, Pectobacterium carotovorum, Pectobacterium atrosepticum, Dikeya spp, pode tornar as perdas mais significativas.
Importância: No campo a doença reduz o ciclo e o potencial produtivo da cultura e no armazenamento afeta a durabilidade e o aspecto visual dos tubérculos.
Ocorrência: No Brasil, a doença ocorre praticamente em todas as regiões produtoras.
Manejo:
Medidas recomendadas:
• Plantio de sementes sadias.
• Evitar o plantio em área com histórico recente da doença.
• Plantio de cultivares com algum nível de resistência.
As cvs. Cyrano, Mozart, Voyager são consideradas moderadamente resistentes.
• Tratamento de sementes.
O uso de fungicidas deve seguir todas as recomendações técnicas do fabricante. Os fungicidas oficialmente registrados no Brasil para o controle da doença encontram-se descritos no AGROFIT (http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons).
• Adubação equilibrada e correta correção da acidez do solo.
• Evitar ferimentos às plantas durante os tratos culturais.
• Irrigação equilibrada.
Plantas de batatas ficam mais suscetíveis à doença em condições de estresse hídrico.
• Impedir o tráfego de implementos e pessoas provenientes de áreas infestadas.
• Evitar ferimentos nos tubérculos durante a colheita e o armazenamento.
• Eliminar e destruir de tubérculos doentes.
• Promover condições adequadas de temperatura, umidade, circulação de ar e higiene durante o armazenamento de batata-semente e tubérculos.
• Lavar e desinfestar caixas, equipamentos de lavagem e classificação.
Bibliografia consultada.
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WALE, S.; PLATT, H.W.; CATTLIN, N. Disease Pests and Disorders of Potatoes. Elsevier. 2008. 179 pg.
Autor: Jesus G. Tofoli; Ricardo J. Domingues, Instituto Biológico
E-mail: jesus.tofoli@sp.gov.br