Etiologia: Rhizoctonia solani possui hifas septadas, micélio marrom a ocre, com a presença de ramificação lateral em ângulo reto. O fungo é encontrado principalmente em solos intensamente cultivados, ácidos, compactos e úmidos. A doença é favorecida por períodos úmidos e temperaturas que variam de 16 a 24°C.
Sintomas: Em hastes jovens, os sintomas típicos da doença são caracterizados por lesões castanho-avermelhadas, alongadas, aneladas que podem ou não estar associadas ao estrangulamento das mesmas. Germinação lenta; redução do estande; crescimento desigual; desenvolvimento limitado das plantas; amarelecimento; enrolamento de folhas; emissão de tubérculos aéreos; tubérculos pequenos, deformados, partidos, enrugados; e associados a escleródios, também são sintomas relacionados à rizoctoniose. O termo crosta negra refere-se aos escleródios que se formam e permanecem firmemente aderidos à superfície do tubérculo Esses possuem coloração marrom escura a negra, apresentam tamanhos e formatos variáveis e caracterizam-se por serem estruturas de resistência formadas pelo enovelamento do micélio do fungo.
Importância: A doença afeta diretamente o estande no campo além de afetar a produtividade e a qualidade de tubérculos.
Ocorrência: No Brasil, a doença ocorre em todas as regiões produtoras.
Manejo:
Entre as medidas recomendadas para o manejo da rizoctoniose destacam-se:
• Plantio de sementes sadias.
• Preparo correto do solo.
A eliminação de “pés de grade” evita o acúmulo de umidade na área e pode reduzir a ocorrência da doença.
• Plantio raso.
O plantio entre 5 e 7cm de profundidade favorece a rápida emergência das plantas e reduz as taxas de infecção.
• Evitar o plantio em solos frios ou excessivamente úmidos.
• Tratamento sementes ou a aplicação de fungicidas no sulco de plantio/ amontoa.
O uso de fungicidas registrados deve seguir todas as recomendações do fabricante quanto a dose, volume, intervalo e número de aplicações, intervalo de segurança, uso de equipamento de proteção individual (EPI) etc. Os fungicidas oficialmente registrados no Brasil para o controle da rizoctoniose na cultura da batata encontram-se descritos no Agrofit (http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons).
• Plantio de cultivares tolerantes como: Vivaldi, Bailla, Chipie, Colorado, Gredine, Opaline, Soleia, Markies, Voyager, Sinora, Novella e Innovator.
• Adubação equilibrada.
Excesso de nitrogênio torna as hastes mais tenras e suscetíveis à rizoctoniose.
• Manejo adequado da irrigação para evitar acúmulo de umidade no solo.
• Rotação de culturas com gramíneas
Visa reduzir o potencial de inóculo na área .
• Evitar ferimentos nas hastes durante as operações de amontoa e tratos culturais.
Recomenda-se que esta seja realizada quando as hastes estiverem mais rígidas.
• Eliminar restos culturais e plantas voluntárias.
• Impedir o tráfego de implementos e pessoas provenientes de áreas infestadas.
• Lavar e desinfestar implementos, ferramentas e botas para evitar a disseminação do agente causal.
• Evitar ferimentos nos tubérculos durante a colheita, lavagem e classificação.
• Eliminar e destruir tubérculos doentes.
• Promover condições adequadas de temperatura, umidade, circulação de ar e higiene durante o armazenamento de batata-semente e tubérculos.
Referência consultada
AGRIOS, G.N. Plant Pathology (5 ed). Elsevier Academic Press. 2005. 919 p.
DIAS, J.A.C.; IAMAUTI, M.T. Doenças da Batateira (Solanum tuberosum). In: KIMATI, H.; AMORIN, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Eds.). Manual de Fipatologia: Doenças das Plantas Cultivadas. 4. ed. São Paulo: Ceres, 2005. v.2, p.119-142.
STEVENSON, R. et al. Compendium of Potato Diseases. St. Paul: The American Phytopathological Society. 2001, 134p.
TOFOLI, J.G. et al. Doenças fúngicas da cultura da batata. O Biológico, São Paulo, v.74, n.1, p.63-73, 2012.
WALE, S.; PLATT, H.W.; CATTLIN, N. Disease Pests and Disorders of Potatoes. Elsevier. 2008. 179p.
Autor: Jesus Guerino Töfoli; Ricardo José Domingues Instituto Biológico
E-mail: jesus.tofoli@sp.gov.br